Jornalismo Open Source possibilita ao leitor montar a notícia a seu modo
Criado em 1999, o termo Open Source Journalism, ou Jornalismo de Código Aberto, refere-se a uma tendência muito atual e utilizada no meio jornalístico: a de colaboração e integração dos internautas nos mais diversos textos que encontra na rede. Mais que isso, essa tendência agrega conhecimento ao leitor, que vê à sua disposição uma quantidade de informações muito maior do que as contidas nas linhas de um texto.
Esse nicho, no entanto, vem passando por modificações em sua estrutura. Muito já se discutiu, por exemplo, sobre a credibilidade de sites wikis, como a enciclopédia on-line Wikpedia, em que o conteúdo todo é elaborado por colaboradores. Para Rafael Evangelista, jornalista especializado em ciência e tecnologia, a proposta do Jornalismo Open Source é simples, se resume a disponibilizar todas as fontes utilizadas na construção de uma notícia para acesso dos internautas, possibilitando, inclusive, que novas reportagens sejam construídas a partir dos mesmos dados apurados.
O mais interessante nesse processo, entretanto, é que nada do que foi captado seria desperdiçado. Pelo contrário, haveria material para agregar conhecimento ao leitor, dando a ele a possibilidade de criar sua própria veia editorial. Ou seja, ao acessar uma série de dados omitidos na notícia, o leitor poderia reconstruir o texto com uma nova linha editorial, sem perder o teor informativo.
"No software livre, todo o código-fonte é compilado de acordo com uma arquitetura. No processo jornalístico também funciona a compilação. Lê-se as fontes e depois gera um texto – como uma versão executável de um programa. A leitura das fontes não é unívoca. O jornalista destaca o que prefere. Se você faz uma abertura das fontes, permite que outras pessoas recompilem outros textos. Fatos iguais podem ter leituras diferentes a partir de quem os lê”, explicou Evangelista em entrevista ao Observatório da Imprensa.
Quanto à linguagem desse modelo de jornalismo, sabe-se que ela tende a uma pasteurização, uma vez que as informações e textos são monitorados por um batalhão de “editores”. Assim, o conteúdo noticioso acaba adaptando-se ao todo da construção coletiva, ou seja, o projeto acaba sendo pautado pela média do gosto geral.
Um comentário:
::Bárbara, tem muita gente falando que o jornalismo vai acabar, mas o correto seria dizer que o jornalista nos moldes de mera captação é que vai fenecer!
O cidadão, por vezes acaba iludido quanto ao exercício de sua cidadania, quando oferece conteúdo para a grande mídia, pois os filtros sempre vão existir. Quem é que depois de construir um império vai colocar nas mãos de desconhecidos a decisão de sua manchete, por exemplo.
Neste sentido, o jornalista assume outra esfera de responsabilidade e de especificidade.
@_@"
►◄
Postar um comentário