
Jornalismo Open Source possibilita ao leitor montar a notícia a seu modo

Esse nicho, no entanto, vem passando por modificações em sua estrutura. Muito já se discutiu, por exemplo, sobre a credibilidade de sites wikis, como a enciclopédia on-line Wikpedia, em que o conteúdo todo é elaborado por colaboradores. Para Rafael Evangelista, jornalista especializado em ciência e tecnologia, a proposta do Jornalismo Open Source é simples, se resume a disponibilizar todas as fontes utilizadas na construção de uma notícia para acesso dos internautas, possibilitando, inclusive, que novas reportagens sejam construídas a partir dos mesmos dados apurados.
O mais interessante nesse processo, entretanto, é que nada do que foi captado seria desperdiçado. Pelo contrário, haveria material para agregar conhecimento ao leitor, dando a ele a possibilidade de criar sua própria veia editorial. Ou seja, ao acessar uma série de dados omitidos na notícia, o leitor poderia reconstruir o texto com uma nova linha editorial, sem perder o teor informativo.
"No software livre, todo o código-fonte é compilado de acordo com uma arquitetura. No processo jornalístico também funciona a compilação. Lê-se as fontes e depois gera um texto – como uma versão executável de um programa. A leitura das fontes não é unívoca. O jornalista destaca o que prefere. Se você faz uma abertura das fontes, permite que outras pessoas recompilem outros textos. Fatos iguais podem ter leituras diferentes a partir de quem os lê”, explicou Evangelista em entrevista ao Observatório da Imprensa.
Quanto à linguagem desse modelo de jornalismo, sabe-se que ela tende a uma pasteurização, uma vez que as informações e textos são monitorados por um batalhão de “editores”. Assim, o conteúdo noticioso acaba adaptando-se ao todo da construção coletiva, ou seja, o projeto acaba sendo pautado pela média do gosto geral.
Um comentário:
::Bárbara, tem muita gente falando que o jornalismo vai acabar, mas o correto seria dizer que o jornalista nos moldes de mera captação é que vai fenecer!
O cidadão, por vezes acaba iludido quanto ao exercício de sua cidadania, quando oferece conteúdo para a grande mídia, pois os filtros sempre vão existir. Quem é que depois de construir um império vai colocar nas mãos de desconhecidos a decisão de sua manchete, por exemplo.
Neste sentido, o jornalista assume outra esfera de responsabilidade e de especificidade.
@_@"
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