Em meio à explosão de modernas ferramentas online voltadas para a comunicação, as questões credibilidade, confiabilidade, real utilidade, auto-suficiência da internet e educação de futuros comunicadores vêm à tona. As linhas básicas de trabalho web são a articulação entre a vida os efeitos da inovação tecnológica sobre os modos e meios de comunicação. Com o surgimento dos blogs e de novas plataformas, como o Twitter e o Facebook, nasceu também o “jornalismo interativo/participativo”. Graças a internet, agora cada um pode converter-se em seu próprio meio. Podemos considerar realmente aproveitável o produto resultante das informações agregadas (levando em consideração fatores como credibilidade e confiabilidade, já que o ambiente digital possibilita mais facilmente a manipulação da informação)?Graças às tecnologias da web social, os cidadãos podem participar, agora de maneira efetiva, no espaço público da comunicação. Isto é muito bom, mas não é Jornalismo, nem tem que ser. O jornalismo participativo é um conceito errôneo porque não há jornalismo sem jornalistas e porque o jornalismo é uma profissão.
Contar o que passa à nossa volta, os eventos cotidianos ou extraordinários que protagonizamos ou de que somos testemunhas, é algo que todas as pessoas fazem no dia-a-dia. A novidade consiste em que agora cada vez mais gente tem a oportunidade de publicar isto.
Publicar um fato relevante em um blog não tem nenhuma repercussão se o blog não é relevante, se não é vinculado a algum blog que seja relevante ou a um filtro social de notícias, ou bem replicado por um meio tradicional. O mesmo ocorre com as ferramentas de microblogging: publicar em uma conta de Twitter que não tem followers é uma tarefa inútil.
O Google se converteu em um dos mais importantes distribuidores de tráfego da web, de modo que a visibilidade de uma página perante a ferramenta resulta vital, mas é cada vez mais complexo pela quantidade de páginas que competem pela atenção dos usuários. Superar esta primeira barreira já supõe certo reconhecimento e relevância para uma página, ao menos de cara ao usuário médio da rede. A credibilidade e o prestígio, como em qualquer outro meio, se conseguem à força de dotar de valor um nome ou uma introdução à medida que regularmente consegue produzir conteúdos de qualidade que nos resultam úteis.
É certo que o anonimato ou a camuflagem de identidades deixam na rede uma maior margem para a manipulação e distribuição de rumores. Mas ante esta realidade, não há que perder de vista que tampouco os meios tradicionais estão à margem destas práticas. Além disso, na rede, as mentiras têm as pernas mais curtas que no mundo físico.
The New York Times chama o Twitter de “um dos fenômenos que crescem mais rápido na internet”. A revista Time diz: “Twitter está no caminho de transformar-se no próximo killer app”. A Newsweek publicou “De repente, parece que o mundo inteiro gira em torno do Twitter”. No seu blog você comentou que o Twitter é uma das melhoras ferramentas para o acompanhamento ao vivo de fontes múltiplas para o caso de eventos massivos em desenvolvimento (a exemplo de uma jornada eleitoral). Este, então, é seu principal objetivo como usuário do Twitter? Você acredita no potencial jornalístico dessa ferramenta?
Os meios tradicionais complementaram-se por razões estratégicas à web social, ainda que lhes faltem convencimento e preparação para fazê-lo bem. Pôr “bijuteria social” ao pé de cada notícia publicada não é suficiente.
Por sua parte, os meios hiperlocais, como portais dos cidadãos, podem cumprir uma função informativa muito relevante e que não está suficientemente coberta pelos meios tradicionais.
O grande paradoxo da atual situação consiste em pretender que cada parte faça o que não sabe fazer: os cidadãos não sabem nem podem produzir conteúdos de qualidade jornalística de forma regular, e os meios não sabem nem podem conversar de forma natural com suas audiências.
A web social não tem a função de substituir os meios tradicionais nem de converter-se neles, sua maior fortaleza e sua maior debilidade é precisamente seu caráter comunitário, descentralizado e amador. Justo o contrário a um meio tradicional, que é massivo, hierárquico e profissional. O grande feito para as indústrias da comunicação consiste em mudar a cultura corporativa, o modo que se entende e se administra a informação e as relações com os usuários.
Em 1999, Martin Wolf, então diretor adjunto do Financial Times, já havia dito em entrevista ao jornal espanhol ABC que os jornais já não eram uma fonte de informação básica, senão de valor adicional. Você pensa que ao decorrer destes nove anos a internet já se converteu totalmente em fonte de informação básica?
A internet é, sem dúvida, o meio que melhor se adapta à natureza complexa, poliédrica e dinâmica da informação. Não há nenhum meio tradicional que possa competir neste sentido. Agora, do que se trata é de ajudar aos meios tradicionais a convergirem, a reinventarem-se, a redefinirem-se. A internet não vai substituir nenhum meio, ao menos nos próximos 20 anos?
Contar o que passa à nossa volta, os eventos cotidianos ou extraordinários que protagonizamos ou de que somos testemunhas, é algo que todas as pessoas fazem no dia-a-dia. A novidade consiste em que agora cada vez mais gente tem a oportunidade de publicar isto.
Publicar um fato relevante em um blog não tem nenhuma repercussão se o blog não é relevante, se não é vinculado a algum blog que seja relevante ou a um filtro social de notícias, ou bem replicado por um meio tradicional. O mesmo ocorre com as ferramentas de microblogging: publicar em uma conta de Twitter que não tem followers é uma tarefa inútil.
O Google se converteu em um dos mais importantes distribuidores de tráfego da web, de modo que a visibilidade de uma página perante a ferramenta resulta vital, mas é cada vez mais complexo pela quantidade de páginas que competem pela atenção dos usuários. Superar esta primeira barreira já supõe certo reconhecimento e relevância para uma página, ao menos de cara ao usuário médio da rede. A credibilidade e o prestígio, como em qualquer outro meio, se conseguem à força de dotar de valor um nome ou uma introdução à medida que regularmente consegue produzir conteúdos de qualidade que nos resultam úteis.
É certo que o anonimato ou a camuflagem de identidades deixam na rede uma maior margem para a manipulação e distribuição de rumores. Mas ante esta realidade, não há que perder de vista que tampouco os meios tradicionais estão à margem destas práticas. Além disso, na rede, as mentiras têm as pernas mais curtas que no mundo físico.
The New York Times chama o Twitter de “um dos fenômenos que crescem mais rápido na internet”. A revista Time diz: “Twitter está no caminho de transformar-se no próximo killer app”. A Newsweek publicou “De repente, parece que o mundo inteiro gira em torno do Twitter”. No seu blog você comentou que o Twitter é uma das melhoras ferramentas para o acompanhamento ao vivo de fontes múltiplas para o caso de eventos massivos em desenvolvimento (a exemplo de uma jornada eleitoral). Este, então, é seu principal objetivo como usuário do Twitter? Você acredita no potencial jornalístico dessa ferramenta?
Os meios tradicionais complementaram-se por razões estratégicas à web social, ainda que lhes faltem convencimento e preparação para fazê-lo bem. Pôr “bijuteria social” ao pé de cada notícia publicada não é suficiente.
Por sua parte, os meios hiperlocais, como portais dos cidadãos, podem cumprir uma função informativa muito relevante e que não está suficientemente coberta pelos meios tradicionais.
O grande paradoxo da atual situação consiste em pretender que cada parte faça o que não sabe fazer: os cidadãos não sabem nem podem produzir conteúdos de qualidade jornalística de forma regular, e os meios não sabem nem podem conversar de forma natural com suas audiências.
A web social não tem a função de substituir os meios tradicionais nem de converter-se neles, sua maior fortaleza e sua maior debilidade é precisamente seu caráter comunitário, descentralizado e amador. Justo o contrário a um meio tradicional, que é massivo, hierárquico e profissional. O grande feito para as indústrias da comunicação consiste em mudar a cultura corporativa, o modo que se entende e se administra a informação e as relações com os usuários.
Em 1999, Martin Wolf, então diretor adjunto do Financial Times, já havia dito em entrevista ao jornal espanhol ABC que os jornais já não eram uma fonte de informação básica, senão de valor adicional. Você pensa que ao decorrer destes nove anos a internet já se converteu totalmente em fonte de informação básica?
A internet é, sem dúvida, o meio que melhor se adapta à natureza complexa, poliédrica e dinâmica da informação. Não há nenhum meio tradicional que possa competir neste sentido. Agora, do que se trata é de ajudar aos meios tradicionais a convergirem, a reinventarem-se, a redefinirem-se. A internet não vai substituir nenhum meio, ao menos nos próximos 20 anos?
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