Cuba tem um dos menores índices de acesso à internet do mundo. Cerca de 260 mil computadores estão conectados a rede, em um país onde a população se aproxima dos 11 milhões de pessoas. A modesta vida virtual dos cubanos, no entanto, se tornou um campo de batalha ideológico, vivido, sobretudo, nos blogs.
Nas ruas da capital, Havana, são poucos os que sabem da guerra virtual travada nas páginas pessoais, que de um lado é alimentada por aliados do próprio governo, com páginas criadas em sua própria defesa. Um exemplo é o que aconteceu com a página "Generación Y", da filóloga Yoani Sánchez, uma das mais acessadas e conhecidas na imprensa mundial. Recentemente o blog ganhou um opositor, o blog do Yohandry, que defende o governo e ataca a "outra Y".
Segundo a repórter Flávia Marreiro, enviada especial do Uol a Havana, o governo cubano manifestou-se sobre o fenômeno. "Internet, sem dúvida, é um campo de batalha ideológico. Converteu-se também numa nova plataforma para agredir a revolução", disse o vice-ministro de Comunicação, Boris Moreno, em maio, quando queixou-se de que os blogs "a favor da revolução não têm a mesma visibilidade internacional que tem essa menina", em referência a Yoani Sánchez
Com posts que ironizam o cotidiano da ilha, Yoani provocou simpatia em dezenas de blogueiros, muitos de outros países, já que em Cuba o acesso à internet é restrito a médicos e pesquisadores – além dos que acessam pelo mercado negro, é claro.
Em abril, a blogueira ganhou o prêmio de jornalismo Ortega y Gasset, do jornal "El País", da Espanha, mas Havana não liberou o visto para que ela fosse a Madri, aumentando a comoção virtual de seus leitores.
Em abril, a blogueira ganhou o prêmio de jornalismo Ortega y Gasset, do jornal "El País", da Espanha, mas Havana não liberou o visto para que ela fosse a Madri, aumentando a comoção virtual de seus leitores.
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