O que é mais importante em termos de jornalismo online: ser o primeiro a falar sobre um assunto, ou tratar o assunto de forma diferente dos demais?
Na Internet, ao menos em tese, não há limites de ordem espaço-temporal. Em termos práticos, isso significa que uma notícia pode ser dada a qualquer momento, e pode ter qualquer tamanho. Mas essa é apenas uma das possibilidades abertas pela Internet. Além da velocidade, o jornalismo online também se caracteriza pela integração de mídias, pela interatividade, pela personalização, pela memória, e pela hipertextualidade. Entretanto, paradoxalmente, mesmo sem limitações espaço-temporais, não se tem necessariamente um maior aprofundamento dos fatos. A meta é a instantaneidade - a redução máxima possível do tempo entre o acontecimento e a publicação da notícia.
Assim, pode-se perceber uma grande diferença entre o que se poderia fazer na Internet - matérias diferenciadas, inovadoras em termos de conteúdo e formato, que permitissem a participação/interação com o público - e o que acontece na prática - imitação do conteúdo de outros meios, reaproveitamento de material produzido originalmente para outras mídias, enfim, a produção e notícias para a Internet acaba, muitas vezes, seguindo a lógica dos meios de comunicação de massa: publicar tão logo aconteça o fato, em narrativas em que predomina o texto.
Mas, aos poucos, percebe-se o interesse dos veículos em tentar aproveitar as potencialidades da web e procurar inovar. Para tentar ilustrar essas tentativas de inovação, escolhi, como exemplo aleatório, a morte do ator australiano Heath Ledger, ocorrida ontem. Uma rápida passada de olhos em todos os jornais, por volta das 20h27min de ontem, trazia o seguinte panorama geral:
Primeira conclusão óbvia: todos os sites noticiaram a morte. Independente de quem noticiou primeiro (a lógica do 'furo' simplesmente não faz sentido em termos de jornalismo online), o fato é que todos os sites dispunham de informações gerais sobre a morte, além de poder contar com dados padrões para esse tipo de acontecimento (biografia, filmografia e fotos do ator). Há sites que se limitaram a fazer apenas isso - traziam uma notícia textual sobre a morte, com uma fotinho básica do ator, mais ou menos reproduzindo as informações do despacho da Associated Press, além de disponibilizarem uma galeria com fotos. Ah, e claro, a chamada na página inicial. A informação foi dada, os sites cumpriram seu papel. Mas isso basta?
Na Internet, ao menos em tese, não há limites de ordem espaço-temporal. Em termos práticos, isso significa que uma notícia pode ser dada a qualquer momento, e pode ter qualquer tamanho. Mas essa é apenas uma das possibilidades abertas pela Internet. Além da velocidade, o jornalismo online também se caracteriza pela integração de mídias, pela interatividade, pela personalização, pela memória, e pela hipertextualidade. Entretanto, paradoxalmente, mesmo sem limitações espaço-temporais, não se tem necessariamente um maior aprofundamento dos fatos. A meta é a instantaneidade - a redução máxima possível do tempo entre o acontecimento e a publicação da notícia.
Assim, pode-se perceber uma grande diferença entre o que se poderia fazer na Internet - matérias diferenciadas, inovadoras em termos de conteúdo e formato, que permitissem a participação/interação com o público - e o que acontece na prática - imitação do conteúdo de outros meios, reaproveitamento de material produzido originalmente para outras mídias, enfim, a produção e notícias para a Internet acaba, muitas vezes, seguindo a lógica dos meios de comunicação de massa: publicar tão logo aconteça o fato, em narrativas em que predomina o texto.
Mas, aos poucos, percebe-se o interesse dos veículos em tentar aproveitar as potencialidades da web e procurar inovar. Para tentar ilustrar essas tentativas de inovação, escolhi, como exemplo aleatório, a morte do ator australiano Heath Ledger, ocorrida ontem. Uma rápida passada de olhos em todos os jornais, por volta das 20h27min de ontem, trazia o seguinte panorama geral:
Primeira conclusão óbvia: todos os sites noticiaram a morte. Independente de quem noticiou primeiro (a lógica do 'furo' simplesmente não faz sentido em termos de jornalismo online), o fato é que todos os sites dispunham de informações gerais sobre a morte, além de poder contar com dados padrões para esse tipo de acontecimento (biografia, filmografia e fotos do ator). Há sites que se limitaram a fazer apenas isso - traziam uma notícia textual sobre a morte, com uma fotinho básica do ator, mais ou menos reproduzindo as informações do despacho da Associated Press, além de disponibilizarem uma galeria com fotos. Ah, e claro, a chamada na página inicial. A informação foi dada, os sites cumpriram seu papel. Mas isso basta?
Partindo do pressuposto de que a informação pode ser dada por qualquer um, e mais ou menos ao mesmo tempo (pouco importa quem disse primeiro), o que diferencia um site do outro é a forma de contar a história. Então, por que simplesmente jogar as fotos do ator lá, sem sentido, se é possível usá-las para contar uma história? Por que passar em um texto sem graça as mesmas informações que os demais veículos já deram, se é possível explicar os fatos de uma forma visualmente mais interessante? Por que não aproveitar material de arquivo, e resgatar vídeos, fotos, entrevistas passadas, cruzar informações? Por que não abrir para comentários dos leitores, para aqueles que gostariam de lamentar publicamente a morte do ator? Por que não procurar por fatos que possam ter alguma relação menos óbvia com o ocorrido, mas que possam enriquecer a cobertura de alguma forma?
Claro, foi apenas um fato, escolhido aleatoriamente, e com pouca relevância prática para o nosso país. Mas talvez se se utilizar dos recursos proporcionados pela web fosse rotina, infográficos, slides, galerias, discussão de notícias e outros formatos diferenciados para narrativas poderiam se tornar a regra, e não a exceção.
Claro, foi apenas um fato, escolhido aleatoriamente, e com pouca relevância prática para o nosso país. Mas talvez se se utilizar dos recursos proporcionados pela web fosse rotina, infográficos, slides, galerias, discussão de notícias e outros formatos diferenciados para narrativas poderiam se tornar a regra, e não a exceção.
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