Todo jornalista, talvez pela própria natureza da profissão, tem em si algo de detetive. A busca da verdade, da coerência e da clareza do fato exige do mesmo averiguações que tornem seguras suas conclusões a fim de serem publicadas sem equívocos.Este potencial investigativo torna-se ainda maior diante de crimes indecifráveis ou ilegalidades de todo gênero que acabam maculando a sociedade. Infelizmente, muitos dos jornalistas, que se propõem a este tipo de trabalho, encerram sua carreira mais cedo, acrescentando seu nome ao memorial de heróis.Sendo assim é comum associar o jornalismo investigativo ao crime organizado, às denúncias de narcotráfico e corrupção. Mas este gênero é mais abrangente. Além do uso da pesquisa e da utilização de métodos especializados, é necessária uma postura científica que analise e divulgue não só o social, mas também o comportamental, o biológico, natural, entre outros ramos passíveis de investigação.É esta abrangência que intensifica a democratização. Afinal, há muitos assuntos a serem investigados que fazem parte do interesse público, e deveriam cada vez mais fazer parte das pautas dos jornalistas dessa área.Por mais que haja controvérsia quanto ao compromisso da imprensa em relação às leis nacionais de privacidade, à inquirição e apuração que ela proporciona, indiscutivelmente, o jornalismo investigativo contribui com o Poder Judiciário. Penso ainda que este jornalismo pode funcionar como uma ponte entre a ciência e as diversas classes de pessoas do País e mundo, acrescentando conhecimento a estas por meio de documentários ou noticiando pesquisas e ainda despertando setores da educação. Para tanto, o domínio das técnicas que levam à compreensão do que se pretende tornar conhecido, aliadas à imaginação e criatividade são indispensáveis.
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