

Através da interação, comunidades criadas em torno de interesses específicos poderão apoiar uma causa, pressionar uma empresa ou mudar a opinião pública sobre qualquer assunto.
A interação proporcionada pela Web 2.0 tem provocado mudanças de atitude e comportamento nas empresas de comunicação, que estão sendo obrigadas a se adequar para não perder espaço para a internet.
No que diz respeito à comunicação e à informação, o blog é uma das mais importantes ferramentas criadas para a produção de conteúdo na Web porque permite que qualquer pessoa possa criar e manter um veículo de comunicação, gratuitamente, sem ter que entender nada de programação.
O número de blogs tem dobrado a cada seis meses, segundo informações da Technorati, que monitora o conteúdo de mais de 52 milhões deles. Hoje existem cerca de 70 milhões de blogs e quase 75 mil novos são criados todos os dias.
Além disso, hoje basta estar na hora certa e no lugar certo, com um celular na mão, para se tornar fotógrafo ou cinegrafista.
Se por um lado, a Web 2.0 democratiza a informação, ela coloca em cheque a profissão do jornalista, que deixa de ser o único a fornecer informação para os veículos de comunicação.
Em vez de ligar para a redação para avisar de um fato, o leitor “apura” a matéria e a envia pronta.
Para o jornalista Ricardo Noblat, que assina o primeiro blog de notícias do Brasil, a Web 2.0 não deve ser vista com desconfiança e nem é uma ameaça ao jornalismo.
“Credibilidade se conquista produzindo informação de qualidade. Isso o leitor comum pode fazer. Mas é claro que o jornalista, que estudou para isso, sai na frente”, afirma.
Para quem decide trilhar pelo caminho da Web 2.0. conforme relata Noblat, é preciso estar atento para não cair em armadilhas e para isso entra o faro jornalístico e a importância da apuração dos fatos.
Ricardo Noblat cita como exemplo um fato ocorrido duas semanas após estar com o blog no ar, quando publicou uma informação que recebeu de um amigo, profissional competente e publicou sem saber que era um trote do Cocada Boa, grupo que cria “notícias” com aparência de verdade como forma de humor.
“Em um jornal, um erro tem muitos ‘pais’, o que faz com que ninguém, em última instância, se responsabilize por ele. No blog, tudo é de sua responsabilidade e, qualquer deslize gera uma avalanche de críticas em menos de 10 minutos”, explica.
Outro exemplo da revolução provocada de Web 2.0 nos meio de comunicação é a nova versão disponibilizada na internet do editor de imagens Photoshop, desenvolvido pela Adobe.
É o software mais popular do mundo para tratamento de imagens e foi um dos grandes responsáveis pela popularização dos computadores Macintosh nos mercados de design, fotografia e publicidade.
Atualmente ele está disponibilizado gratuitamente, facilitando o acesso em qualquer lugar.
Em tempos de Ipod, YouTube, telefones celular e Google, é difícil imaginar como uma redação de jornal funcionava antigamente sem algumas facilidades tecnológicas.
Por exemplo, poucos sabem que, na década de 70 e 80, os profissionais da divisão de arte indicavam em ampliações em preto e branco, usando lápis dermatográfico, as modificações que eram feitas nas fotos.
A ampliação era um processo caro, podia-se errar muito menos. Não havia muita experimentação, ao contrário do que ocorre hoje.
Em entrevista no seu blog, Fabio Seixas, sócio do Camiseteria na revista Web Design, afirma que considera a web 2.0 como uma evolução.
“A maioria dos conceitos não são novos. A combinação desses conceitos, aplicados de forma coordenada é que possibilitam o verdadeiro poder da Web 2.0”, afirma.
No entanto, apesar das facilidades que permite o ganho de qualidade na fotografia e, portanto, do resultado do trabalho jornalístico que é apresentado ao leitor, o Photoshop é visto como uma ferramenta que precisa ser utilizada com critérios porque pode alterar a realidade, o que contradiz com o trabalho jornalístico.
Se por um lado a Web 2.0 permite que todos façam parte do processo de comunicação, por outro cria ferramentas que podem distorcer os fatos. Para separar os dois caminhos é preciso conhecer as fontes, apurar a informação e saber escrever a notícia com imparcialidade.
Essas atividades são de competência do jornalista e sobrevivem apesar dos avanços tecnológicos.
Um comentário:
:: Karen apesar do valor de sua contribuição, percebo que esse caldeirão que vc colocou fervura, acabou chamuscando algumas "coisas" que não se referem diretamente à web2, como por exemplo o Photoshop online. Na realidade, a disponibilidade deste softawre se dá pela concorrência acirrada e a aposta de muitos em serviços free.
De igual modo, penso que culpar a Web 2.0, especialmente ampliando a participação do cidadão, neste caso, seria absolver o jornalismo de sua não evolução em certos modelos. Por exemplo: porque o meio impresso não disponibiliza todo seu material na web!? Idem para as TVs, que são concessão e aprisionam conteúdos.
Mas sem dúvida vc nos coloca a pensar
@_@"
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