quarta-feira, 4 de junho de 2008

Web 2.0 e a nova geração de jornalistas

Com o surgimento da internet o modo que as empresas começam a mudar o foco nos clientes hoje os consumidores também são usuários, assim melhora a comunicação da empresa.

Web 2.0 é o nome dado à nova fase da Internet, baseada em inteligência coletiva, isto é, na construção coletiva do conhecimento.
Através da interação, comunidades criadas em torno de interesses específicos poderão apoiar uma causa, pressionar uma empresa ou mudar a opinião pública sobre qualquer assunto.
A interação proporcionada pela Web 2.0 tem provocado mudanças de atitude e comportamento nas empresas de comunicação, que estão sendo obrigadas a se adequar para não perder espaço para a internet.
No que diz respeito à comunicação e à informação, o blog é uma das mais importantes ferramentas criadas para a produção de conteúdo na Web porque permite que qualquer pessoa possa criar e manter um veículo de comunicação, gratuitamente, sem ter que entender nada de programação.
O número de blogs tem dobrado a cada seis meses, segundo informações da Technorati, que monitora o conteúdo de mais de 52 milhões deles. Hoje existem cerca de 70 milhões de blogs e quase 75 mil novos são criados todos os dias.
Além disso, hoje basta estar na hora certa e no lugar certo, com um celular na mão, para se tornar fotógrafo ou cinegrafista.
Se por um lado, a Web 2.0 democratiza a informação, ela coloca em cheque a profissão do jornalista, que deixa de ser o único a fornecer informação para os veículos de comunicação.
Em vez de ligar para a redação para avisar de um fato, o leitor “apura” a matéria e a envia pronta.
Para o jornalista Ricardo Noblat, que assina o primeiro blog de notícias do Brasil, a Web 2.0 não deve ser vista com desconfiança e nem é uma ameaça ao jornalismo.
“Credibilidade se conquista produzindo informação de qualidade. Isso o leitor comum pode fazer. Mas é claro que o jornalista, que estudou para isso, sai na frente”, afirma.
Para quem decide trilhar pelo caminho da Web 2.0. conforme relata Noblat, é preciso estar atento para não cair em armadilhas e para isso entra o faro jornalístico e a importância da apuração dos fatos.
Ricardo Noblat cita como exemplo um fato ocorrido duas semanas após estar com o blog no ar, quando publicou uma informação que recebeu de um amigo, profissional competente e publicou sem saber que era um trote do Cocada Boa, grupo que cria “notícias” com aparência de verdade como forma de humor.
“Em um jornal, um erro tem muitos ‘pais’, o que faz com que ninguém, em última instância, se responsabilize por ele. No blog, tudo é de sua responsabilidade e, qualquer deslize gera uma avalanche de críticas em menos de 10 minutos”, explica.
Outro exemplo da revolução provocada de Web 2.0 nos meio de comunicação é a nova versão disponibilizada na internet do editor de imagens Photoshop, desenvolvido pela Adobe.
É o software mais popular do mundo para tratamento de imagens e foi um dos grandes responsáveis pela popularização dos computadores Macintosh nos mercados de design, fotografia e publicidade.
Atualmente ele está disponibilizado gratuitamente, facilitando o acesso em qualquer lugar.
Em tempos de Ipod, YouTube, telefones celular e Google, é difícil imaginar como uma redação de jornal funcionava antigamente sem algumas facilidades tecnológicas.
Por exemplo, poucos sabem que, na década de 70 e 80, os profissionais da divisão de arte indicavam em ampliações em preto e branco, usando lápis dermatográfico, as modificações que eram feitas nas fotos.
A ampliação era um processo caro, podia-se errar muito menos. Não havia muita experimentação, ao contrário do que ocorre hoje.
Em entrevista no seu blog, Fabio Seixas, sócio do Camiseteria na revista Web Design, afirma que considera a web 2.0 como uma evolução.
“A maioria dos conceitos não são novos. A combinação desses conceitos, aplicados de forma coordenada é que possibilitam o verdadeiro poder da Web 2.0”, afirma.
No entanto, apesar das facilidades que permite o ganho de qualidade na fotografia e, portanto, do resultado do trabalho jornalístico que é apresentado ao leitor, o Photoshop é visto como uma ferramenta que precisa ser utilizada com critérios porque pode alterar a realidade, o que contradiz com o trabalho jornalístico.
Se por um lado a Web 2.0 permite que todos façam parte do processo de comunicação, por outro cria ferramentas que podem distorcer os fatos. Para separar os dois caminhos é preciso conhecer as fontes, apurar a informação e saber escrever a notícia com imparcialidade.
Essas atividades são de competência do jornalista e sobrevivem apesar dos avanços tecnológicos.

Um comentário:

webjorsuperacao disse...

:: Karen apesar do valor de sua contribuição, percebo que esse caldeirão que vc colocou fervura, acabou chamuscando algumas "coisas" que não se referem diretamente à web2, como por exemplo o Photoshop online. Na realidade, a disponibilidade deste softawre se dá pela concorrência acirrada e a aposta de muitos em serviços free.
De igual modo, penso que culpar a Web 2.0, especialmente ampliando a participação do cidadão, neste caso, seria absolver o jornalismo de sua não evolução em certos modelos. Por exemplo: porque o meio impresso não disponibiliza todo seu material na web!? Idem para as TVs, que são concessão e aprisionam conteúdos.
Mas sem dúvida vc nos coloca a pensar
@_@"
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