segunda-feira, 9 de junho de 2008

Jornalismo Open Source invade mercado de trabalho




O dito popular "Conto o milagre, mas não conto o santo", pode não se encaixar mais as formas de um novo jornalismo, o jornalismo open source.

O Jornalismo "aberto", como define Ana Maria Brambilla é a tentativa de caracterizar a produção e publicação de notícias de modo colaborativo, colocando o termo "jornalismo" à uma prática aberta a qualquer pessoa, provocando "alergia aos defensores mais fervorosos da legitimidade do profissional de imprensa".

Apresentado por Rafael Evangelista no Fórum Internacional Softaware Livre (FISL) e discutido em matéria no Observatório da Imprensa , a proposta do Jornalismo Open Source é que todas as fontes usadas para redigir uma reportagem estejam abertas, disponíveis, permitindo novas matérias a partir das fontes já conhecidas, ou seja, qualquer pessoa pode escrever diversos textos a partir de um material coletado por um repórter. Vídeos, imagens, áudios, e fontes serão reveladas de uma forma em que será exatamente possível provar que tal matéria é verdadeira, porém, também será possível criar várias versões para a mesma.

Rafael Evangelista mostra seu texto, apresentado também no II Congresso Online - Observatório para Cibersociedade no Dicas - L e conta como foi utilizado o termo jornalismo open source pela primeira vez. O texto, em parceria com Tiago Soares, mostra propostas, dificuldades e desafios dessa nova tendência, certamente polêmica.

Não só jornalistas, mas também jornais, revistas e sites seriam "descobertos" e técnicas de apuração seriam quebradas, causando um certo desconforto para esses meios de comunicação, que devido a grande concorrência pela informação, preservam suas fontes e seu material coletado.

Para comprovar que o jornalismo open source é uma forma cada vez mais presente na mídia de hoje, o maior jornal do País, a Folha de S.Paulo, abriu inscrição para o programa de treinamento 2008 com uma novidade: qualquer estudante, de qualquer área pode se inscrever, não sendo necessariamente estudantes de jornalismo. Pessoas da área de humanas, biológicas ou exatas estão aptas a viver o dia-a-dia de uma redação, aprendendo técnicas e tendo a oportunidade talvez de ser contratado por ela.

A nova edição do programa de treinamento da Folha pode causar um certo desconforto, principalmente a estudantes de jornalismo, porém comprova que com apenas técnicas de redação, é possível trabalhar em um grande jornal, publicando artigos e matérias, possibilitando a "abertura do jornalismo".

Um comentário:

webjorsuperacao disse...

:: Pasin, certamente o open source veio para mudar a relação mídia-fato-cidadão-democratização-flexibilidade-qualidade-entre outros, não necessariamente nesta ordem e com intensidades diferentes. Ocorre que a Folha deve estar amando essa vertente, porque na década de 80 começou uma campanha contra o diploma do jornalismo. Acho até tardia a proposta deste jornal nesse sentido.
Na realidade, fica difícil acreditar em cidadania e participação quando há por detrás disso interesse em baixar remuneração, quiça substituição de profissionais formados por não formados.
Mas o que interessa mesmo é a revolução silenciosa do open, que ocorre de modo mais transparente --se é que isso pode ser empregado--, por exemplo, no endereço citado na postagem da Milena para o webjorsuperação, ou seja "Lo que pasa en Tenerife". Visite e tire suas conclusões. Ah, o link deste endreçeo está no menú lateral, na categoria jornalismo colaborativo.
@_@"
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