quinta-feira, 5 de junho de 2008

Copyleft: Instrumento de formação














Circulação de conhecimento é o propósito do Copyleft


As discussões sobre direitos autorais é antiga, mas nas duas últimas décadas tem se acentuado, principalmente, no campo dos programas livres para computadores. O tema ainda gera muitas divisões, sendo margeada por muito desconhecimento de parcela ampliada da sociedade, sendo na maioria das vezes associada à interesses da indústria cultural e cinematográfica.

O termo Copyleft vem de all rights reversed, isto é, esquerdos autorais (todos os direitos invertidos), em contraposição ao Copyright (direitos autorais - todos os direitos reservados). A terminologia Copyleft veio de uma carta de um amigo de Richard Stallman.

Uma das manifestações de destaques do movimento pelo copyleft, foi na década de 1980, quando o programador Richard Stallman, que atuava no laboratório de inteligência artificial do MIT, nos Estados Unidos deixou o emprego. O motivo de sua saída era por se sentir constrangido com as restrições de direitos autorais que impediam o acesso ao código de fontes dos programas com a desculpa de impedir cópias ilegais.

Com isso, Stallman começou um movimento de produção de programas livres, que preservassem a liberdade de execução dos programas sem restrições, a liberdade de modificar e conhecer, redistribuir no jeito original ou mudado para amigos e comunidade.

Esse movimento resultou logo depois na criação do sistema operacional GNU, que ainda mais tarde depois de Linus Torvalds ter desenvolvido o kernel ficou conhecido como Linux.

O Copyleft se expandiu para outras áreas como literatura, cinema, ciência, artística e jornalística pela livre circulação da cultura e do saber.

Segundo a concepção de Stallman, Copyleft significa ser um programa com liberdade de execução, cópia, distribuição, estudo, modificações e aperfeiçoamentos. Além disso, exige que as versões modificadas também sejam livres.

Para o historiador Thomas Babington Macaulay, o sistema de direitos tem vantagens e desvantagens. Segundo ele, a propriedade intelectual como direito exclusivo cria um monopólio, encarecendo o produto e tornando-o menos acessível à sociedade.

Em outro ponto de vista, Macaulay vê a importância do mesmo como instrumento de compensação financeira ao progenitor da obra. O Copyleft se propõe a disponibilizar a contribuição de cada um para a formação de novas gerações.

Richard Stallman, que deixou o cargo de programador, mostra ser possível uma vida sem direitos autorais.

Para muitos autores, o que de fato importa é a obra ser lida pelo maior número de leitores, pois o copyright por um lado limita para um número reduzido de pessoas, diferentemente do copyleft que possibilita a projeção da obra para grande número de leitores e também facilita, em muitos casos, até a tradução de obras sem a necessidade de pagamento de direitos autorais, facilitando a propagação e difusão do conhecimento, rompendo barreiras geográficas e culturais.

A idéia principal do copyleft é de que o conhecimento vem de outros anteriores, ou seja, um copia o outro. Deste modo, o conhecimento não pertence integralmente a ninguém e que a função principal da geração do conhecimento, visa melhorar a sociedade, de modo, que rompa com interesses mercantis, pondo a liberdade de informação com supremacia à do capital.

O que tem se percebido nos últimos anos é um aumento na produção e uso de produtos com a perspectiva do Copyleft, principalmente na comunicação, onde tal pensamento conduziu à possibilidade de outras visões como o Jornalismo Open Source e colaborativo.

Embora o
Jornalismo Open e colaborativo sejam mal-vistos por alguns profissionais da comunicação, essas ferramentas, inevitavelmente, têm demonstrado que são fundamentais ao futuro jornalista, na medida em que aumenta a possibilidade de canais de captação de realidade.

Captar segundo definições teóricas do sacerdócio jornalístico, é uma das funções básicas, sendo está uma das etapas de produção jornalística, seguida, da interpretação e transformação da realidade captada em um produto comunicacional (reportagem noticia, entre outros).

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