quinta-feira, 5 de junho de 2008

Jornalismo de games é sério?

Linguagem coloquial e muita diversão: jornalismo de games é sério?
Há anos o video-game deixou de ser considerado brinquedo para crianças. Com o passar dos anos - e a evolução cada vez mais veloz da tecnologia - esse tipo de diversão atraiu a atenção de jovens e adultos. Uma pesquisa feita pela Consumer Games Eletronics mostra que um terço dos jogadores de games são adultos. O estudo revela ainda que os jogadores com idades entre 25 e 34 anos passam cerca de 10 horas por semana em frente de seu PC ou console doméstico.
Com o crescimento do mercado de games, surge também o interesse em expandir a comunicação entre os admiradores desse segmento. É aí que surge o "jornalismo de games". Publicações, como a EGM Brasil e Nintendo world, foram criadas para abastecer de informações os amantes do jogos eletrônicos. Segundo um artigo assinado pela jornalista Bruna Torres, a denominação "novo jornalismo de games" surgiu em meados de 2007, quando revistas norte-americanas passaram a mostrar um lado mais passional em suas matérias.
Para o editor da revista EGM Brasil, a mais vendida no país, Pablo Miyazawa, os jornalistas procuraram se adaptar ao público-alvo, sem se preocupar com a faixa etária, mas sim com o interesse. Para isso, a linguagem coloquial e direta, mais próxima com o leitor, passou a ser utilizada. Outra meio muito procurado pelos "gamemaníacos" são os blogs na internet. Para Rodrigo Flausino, a divulgação gratuita de games pela internet, feita por quem realmente entende do assunto - os jogadores - e a troca de informações e opiniões pela internet é mais válida do que o "jornalismo oficial" das revistas.
O jornalismo de games pode ser considerado sério? Por um lado tem-se jornalistas formados, profissionais capacitados que trabalham em publicações oficiais, escrevendo e informando os mais interessados em uma quantidade de informação cada vez maior: os consumidores de jogos eletrônicos. Por outro lado, tem-se um meio que se combina com a modernidade dos jogos eletrônicos e a expansão do desenvolvimento tecnológico: os blogs e a internet. Por meio deles, os próprios jogadores trocam informações e opinões que pagariam para ler em revistas, muitas vezes que vão de encontro com a sua maneira de pensar.
É claro que não se pode menosprezar o trabalho de profissionais capacitados e competentes. O jornalismo de games é, sim, um trabalho jornalístico sério, que também - assim como outras editorias - exige apuração e dedicação. Mas assim como os consoles mais antigos, a tendência das revistas de games e o "jornalismo oficial" é ser engolido pelas novas tecnologias. Os blogs mostram não apenas a linguagem de quem compra o produto, mas também é produzido por quem move o mercado. O jornalismo de games é sério. Mas ameaçado de extinção.
Postado por Sergio Colacino - RGM 31399

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