segunda-feira, 24 de março de 2008

Alternativo desapego

"...É preciso pensar o processo de formação da imprensa alternativa em duas vias: 1. sim, aproximar os jornalistas e veículos alternativos das escolas de comunicação e de outros espaços nos quais a juventude esteja produzindo informação; 2. Mas, fundamentalmente, é preciso aprender com os jovens. A imprensa alternativa precisa descer de seu pedestal e vir aprender a usar blogs, videocasts, podcasts, a interagir com o leitor, a desenvolver dinâmicas participativas, redes sociais, a usar twitter etc."

Radical ou não, a imprensa nanica, como é conhecida, precisa tornar-se acessível à classe de estudantes de jornalismo por inúmeros motivos. Um deles é o fato de nossas faculdades se limitarem a "ensinar" o arroz com feijão de sempre - pelo menos de uns quatro anos até a data atual, com base no que esta estudante de Jornalismo vem observando.
Interessante seria mostrar que existe o outro lado da moeda, e que a grande imprensa não significa, necessariamente, padrão de qualidade incomparável, assim como a premiação do Oscar.
Digressões à parte, a mídia radical deve ser retratada não só em palestras esporádicas, mas sim, incorporada na grade curricular dos cursos de Jornalismo pelo País. Apesar de tratar-se de uma chance em um milhão, o que tornaria esse contato com o alternativo mais próximo seria, como descrito no link acima, criar ferramentas de acessibilidade por meio da web, que, evidentemente, está em crescente ascensão.
Impossível ignorar que o futuro da comunicação pode estar na Internet. O uso da palavra "pode" é exemplo de que esse futuro é incerto, uma vez que jornais e revistas, grandes ou pequenos, ainda têm o poder de atrair determinado público, em função de políticas e pontos de vista adotados pela linha editorial, que, naturalmente, vêm a calhar com o pensamento e estilo de vida do leitor.
Como um processo de democratização da informação, a web veio para colaborar com a disseminação da mídia alternativa, desconhecida por muitos - desatentos, desinteressados ou "vítimas" da globalização que abstém as pessoas de informação com conteúdo, suscetível a questionamentos -, mas aclamada por poucos, que mesmo sem encontrar obstáculos para acessá-la, ainda sofrem de uma síndrome que afeta diretamente no convívio social.
É a síndrome do "com quem vou dividir, falar, discutir sobre isso?" - nitidamente presente nas faculdades do Brasil e, principalmente, de Mogi das Cruzes. Cabe, entretanto, à mídia alternativa tomar uma providência junto às instituições de ensino, ou aos profissionais que já se consagraram nos meios de comunicação digitais (blogs, podcasts, etc.), de modo a educar o olhar do cidadão-jornalista.




Um comentário:

Rafa Osti disse...

Afinal, o impacto da tecnologia na área é enorme. Os cursos de comunicação têm por obrigação acompanhar a tendência.

É claro que aprender a linguagem é fundamental. É como aprender a multiplicar com lápis e papel. É o conceito, o que prevalece independentemente da mídia. Mas restringir-se a isso limita a formação.

Além do que, em uma área na qual o "status" às vezes vale mais do que todo o resto, se os professores não ajudarem a quebrar os preconceitos - não só com a imprensa nanica, mas com tudo que faz parte do ofício, embora não carregue o "status" do jornalismo - a "onda" vai engolir todo mundo mais cedo ou mais tarde. Até porque a Globo, A Folha, o Estadão e a Veja não têm lugar pra todo mundo.