Um dos deveres do jornalista, segundo o Código de Ética que rege a profissão, é a oposição ao arbítrio, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Interessante é notar que mais uma vez a mídia se precipita e cria um espetáculo no "Caso Isabella". Com direito a reconstituição do crime e algo mais, o programa da Rede TV, Super POP, apresentado por Luciana Gimenez reconstituiu o crime com uma maquete do prédio onde a menina foi jogada. Tinha até uma bonequinha esticada no chão... As informações eram precisas. Segundo o jornalista Marcelo Resende, convidado especial do programa para recapitular o caso, a menina foi atirada às 23:23h. A música de fundo era tenebrosa e a cara da apresentadora ainda mais. É uma história comovente, traz naturalmente indignação e mexe com o emocional das pessoas.
A tendência pelo pré-julgamento e a exploração da imagem do alvo da notícia parece que não foi esquecida e faz lembrar o caso Escola Base onde os donos da escola tiveram a honra e imagem manchada pela mídia que, ao final da história, eram inocentes. No caso Isabella, todas as hipóteses até agora consideradas realmente caem sobre o pai e madrasta da menina. Até porque, eles eram os responsáveis pela mesma quando aconteceu a tragédia. Mas, isso não leva a mídia a ultrapassar o Judiciário e condená-los sem julgamento e provas. No Brasil, o princípio da presunção da inocência é preceito constitucional: ninguém será considerado culpado até que transite em julgado a sentença que o tenha condenado.
Como diz Felipe Pena, "No jornalismo, não há fibrose. O tecido atingido pela calúnia não se regenera. As feridas abertas pela difamação não cicatrizam. A retratação nunca tem o mesmo espaço das acusações. E mesmo que tivesse, a credibilidade do injustiçado não será restituída, pois a mentira fica marcada no imaginário popular".
É válido notar que a mídia tem o poder de ultrapassar a naturalidade comum de indignação em casos como esses e fabricar a emotividade, seja recapitulando o assunto várias vezes, seja mostrando fotos da menina em todo tempo. O que uma foto da pequena Isabella trará de informação que solucionará o caso? Há de se notar a atitude de veículos jornalísticos como a Folha de S. Paulo que tem evitado o pré-julgamento e veiculado outras vertentes como o de crianças que estão acompanhando o caso e sendo confundidas e amedrontadas pelas informações que vêem e ouvem na TV. Por que explorar a imagem da menina? Só aumenta a revolta do povo que faz plantão em frente à delegacia por longas horas. O jornalismo mais sério precisa sim, atender a necessidade do público, mas também liderar essa necessidade de forma equilibrada transmitindo não somente o que o público gostaria de ver.
A tendência pelo pré-julgamento e a exploração da imagem do alvo da notícia parece que não foi esquecida e faz lembrar o caso Escola Base onde os donos da escola tiveram a honra e imagem manchada pela mídia que, ao final da história, eram inocentes. No caso Isabella, todas as hipóteses até agora consideradas realmente caem sobre o pai e madrasta da menina. Até porque, eles eram os responsáveis pela mesma quando aconteceu a tragédia. Mas, isso não leva a mídia a ultrapassar o Judiciário e condená-los sem julgamento e provas. No Brasil, o princípio da presunção da inocência é preceito constitucional: ninguém será considerado culpado até que transite em julgado a sentença que o tenha condenado.
Como diz Felipe Pena, "No jornalismo, não há fibrose. O tecido atingido pela calúnia não se regenera. As feridas abertas pela difamação não cicatrizam. A retratação nunca tem o mesmo espaço das acusações. E mesmo que tivesse, a credibilidade do injustiçado não será restituída, pois a mentira fica marcada no imaginário popular".
É válido notar que a mídia tem o poder de ultrapassar a naturalidade comum de indignação em casos como esses e fabricar a emotividade, seja recapitulando o assunto várias vezes, seja mostrando fotos da menina em todo tempo. O que uma foto da pequena Isabella trará de informação que solucionará o caso? Há de se notar a atitude de veículos jornalísticos como a Folha de S. Paulo que tem evitado o pré-julgamento e veiculado outras vertentes como o de crianças que estão acompanhando o caso e sendo confundidas e amedrontadas pelas informações que vêem e ouvem na TV. Por que explorar a imagem da menina? Só aumenta a revolta do povo que faz plantão em frente à delegacia por longas horas. O jornalismo mais sério precisa sim, atender a necessidade do público, mas também liderar essa necessidade de forma equilibrada transmitindo não somente o que o público gostaria de ver.
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