segunda-feira, 7 de abril de 2008

Jornalismo "Monopólico"




O estilo do Jornalismo romântico, através do qual se imaginava que ao exercer a profissão poderia haver de influência benéfica de uma sociedade, está quase extinto. Foi-se o tempo em que repórteres buscavam com garra notícias sobre crimes sem solução, corrupções de políticos ou abusos de poder. Estamos diante de um jornalismo redundante que mal cumpre suas tarefas básicas por comodismo ou opressão econômica, ele tende a prestar um serviço irrelevante à população.
Falar a verdade nem sempre é possível, publicar então, torna-se mais difícil ainda. Cada vez mais as empresas de comunicação estão se tornando grandes grupos econômicos que selecionam de forma parcial o que deve ou não ser publicado. O jornalismo totalmente imparcial nunca existiu, mas o totalmente parcial está se tornando cada vez mais freqüente. Monopólio é ótimo financeiramente para a empresa, não para os consumidores.
O jornalismo investigativo já teve seu auge. Hoje, a maioria das empresas de comunicação não investem mais nessa modalidade. É triste notar que as reportagens são obtidas por meio de assessorias de imprensa ou agências de notícias predominam nos noticiários. "Há uma pobreza de informação e redundância de informação quando um meio pauta outro", afirma Pierre Bordieu.
Claro, que não se pode esperar que uma empresa publique informações, mesmo sendo verdadeiras, que possam colocar em risco a credibilidade dela ou de quem a patrocina. No entanto, a empresa concorrente pode e deve prestar esse serviço ao público. Não se pode assistir a tudo isso calado. Diga não ao monopólio. A única forma de haver um jornalismo eficaz é a diversidade de emissoras e empresas de comunicação, o que pressupõe: diversidade de opiniões.
Dessa forma, pode-se reunir as informações obtidas e fazer uma média do que deve ser assimilado, só assim o jornalismo vai poder cumprir seu papel de prestar serviço a maior parte das pessoas e não a interesses de pequenos grupos poderosos economicamente.

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